sexta-feira, 6 de maio de 2011

Novos tratamentos para acabar com a sinfonia de atchins e problemas de pele

Os termômetros registram as quedas de temperatura, trazendo com isso os casacos grossos, botas de cano alto, chocolate quente e também espirros, olhos lacrimejantes e coceira. Sinal das desagradáveis alergias, que costumam incomodar bastante a vida da gente nessa época do ano.

Para alegria dos alérgicos, a Medicina está sempre em busca de melhorias nos tratamentos já existentes e de novas soluções. Para saber o que há de novidade na área, o Bolsa de Mulher conversou com o alergologista João Negreiros Tebyriçá, diretor presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI), e a imunologista Ana Paula Beltran Moschione Castro, diretora secretária adjunta da associação.

Alergias respiratórias

Para os asmáticos, que sofrem com a falta de ar, há uma terapia considerada revolucionária por Tebyriçá: a injeção anti-IgE. "A IgE, ou Imunoglobulina E, é o anticorpo responsável pelas reações alérgicas. A injeção bloqueia justamente a ação da IgE", explica o médico. Por ser algo totalmente novo, o custo ainda é salgado: o valor de uma injeção mensal varia de R$ 3 mil a R$ 6 mil. "Em casos de asmas mais graves, os pacientes podem conseguir autorização dos planos de saúde e do SUS para realizar o tratamento sem custo", ressalta o especialista.

A imunoterapia, as populares vacinas, e o spray de corticóide fazem uma parceria eficaz no combate às alergias respiratórias. Hoje, os alérgenos - substâncias capazes de desencadear uma reação alérgica - estão sendo purificados no processo de fabricação das vacinas, que é "realizado nos laboratórios de produção por meio de equipamentos específicos", segundo a imunologista da ASBAI. O diretor presidente acrescenta: "Isso dá uma maior eficácia ao tratamento e diminui o risco. Em cem anos de pesquisas e trabalhos sobre vacinas alérgicas, tivemos avanços significativos".

O tratamento é considerado um passo importante no controle das crises alérgicas, como as rinites, caracterizadas pelos intermináveis ataques de espirro, coceiras no nariz e coriza abundante.

Alergias cutâneas

Para quem sofre com pequenas bolhas, manchas vermelhas, casquinhas e muita coceira na pele durante esse período, Tebyriçá explica: "Algumas pessoas têm a dermatite alérgica atópica, que é um problema de alergia associado a alterações na barreira cutânea. Essas pessoas produzem proteínas mais permeáveis à água e, com isso, têm mais facilidade de desidratar e ressecar a pele".

Existe um produto de uso diário da mulher que recentemente foi atestado como eficaz no tratamento de algumas alergias cutâneas: o bom e velho hidratante. "Dependendo do caso, apenas a hidratação resolve o problema da dermatite. Para os mais graves, pode-se unir o hidratante à imunoterapia", revela o especialista.

Em outros tipos de alergias cutâneas, como as dermatites de contato, vale fazer uso dos cremes à base de corticosteróides. Vantagem também para os alérgicos é a nova composição dos anti-histamínicos. "Eles agora não dão mais sonolência, podem ser usados por períodos prolongados", diz Tebyriçá.

Cuidados básicos

O médico alerta para alguns cuidados a serem tomados por quem tem propensão a crises alérgicas, como não se expor ao frio, fazer uso de soro fisiológico para a hidratação, manter a casa sempre limpa e lavar os agasalhos antes de usar: "Quem tem asma deve tomar a vacina antigripal, independentemente da idade".

Doenças típicas das mudanças bruscas de temperatura, como gripes e resfriados, devem ser evitadas, pois elas desencadeiam reações anormais do organismo. O diretor presidente da ASBAI conclui: "O indivíduo que tem alergia pode ter uma vida absolutamente normal, basta tomar medidas preventivas simples, fazer o tratamento quando tiver uma crise acentuada e manter os tratamentos preventivos periodicamente. Exercícios aeróbicos também ajudam na alergia respiratória, seja ele qual for".

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